Retrofit na arquitetura: Explorando projetos com adaptação criativa que resgatam história e impulsionam o futuro

Primeiramente vamos introduzir o termo retrofit, que teve sua origem na indústria e é utilizado para descrever o processo de modernização ou substituição de máquinas e peças, ou softwares mais antigos por tecnologias mais recentes.

O conceito desse termo é aprimorar algo já existente, seja para prolongar a vida útil, melhorar a eficiência, atender a novos padrões e requisitos, ou até criar uma abordagem mais econômica e sustentável.

Na arquitetura e engenharia civil o retrofit pode ser desenvolvido para a atualização de edifícios ou estruturas existentes para atender critérios mais modernos de eficiência energética, segurança sismica, acessibilidade, ou revitalização de grandes centros urbanos. Isso pode incluir, substituição de sistemas hidráulicos e elétricos, reforços estruturais, isolamentos térmico-acústicos entre outros.

Embora não possamos indicar o “primeiro” edifício da história a passar por um retrofit, o conceito de atualização e adaptação de estruturas tem sido praticada ao longo de muitos séculos, e várias construções históricas foram modificadas ao longo do tempo para atender às necessidades das diferentes épocas.

Um dos exemplos que podemos citar é o Panteão, em Roma, foi construído originalmente por volta do ano 125 d.C. como templo de culto pagão, depois se transformou em igreja cristã, museu, e hoje é ponto turístico e ainda celebra cultos religiosos.

O termo Retrofit como conhecemos hoje não era muito usado até meados do século 20, os projetos que se encaixam na ideia moderna de retrofit comecaram a surgir durante o século 19 e início do século 20, a medida que surgiu a necessidade de adaptar os edifícios existentes para novos usos ou requisitos.

Um exemplo notável de retrofit na arquitetura e engenharia moderna é a conversão da antiga usina de energia de Londres, a Battersea Power Station que começou a ser construída em 1929, e funcionou de 1930 a 1980. No auge de produção fornecia 1/5 da energia da capital do Reino Unido, fornecendo energia inclusive para grandes marcos como as Casas do Parlamento e o Palácio de Buckingham.

Depois que a usina de energia foi desativada em 1983 e ficou décadas em desuso, foi comprada em 2012, e no ano seguinte começou a ser desenvolvido um projeto de retrofit que criou um complexo de uso misto que reúne apartamentos residenciais, espaços para eventos, lojas, restaurantes e escritórios.

O conceito também está sendo introduzido no Brasil, no centro de São Paulo, um edifício chama atenção pela sua história e imponência, desde sua inauguração foi sede da Companhia Telefônica Brasileira, e depois também abrigou a sede administrativa da antiga empresa de Telecomunicações de São Paulo, a Telesp, e as multinacionais Vivo e Claro.

O edifício projetado pelo Escritório Técnico Ramos de azevedo e Severo Vilares, maior e mais moderno escrítório de São Paulo na época, está passando por um processo de retrofit que vai ressignificar a construção preservando identidade cultural, realizando intervenções para acomodar espaços comerciais, residenciais, áreas de lazer e  coworking, tem previsão para entrega em 2025.

Por Iara Passos @iara-passos

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